quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ícaro e seu pai

  Dédalo era o melhor e mais conhecido dos artesãos e inventores. Quem desejasse algo engenhoso vinha primeiro à sua oficina em Atenas.
Dédalo tinha um sobrinho, Talos, filho de sua irmã, Policasta. Ele aceitou Talos como aprendiz, e o garoto, apesar de ter só doze anos, logo mostrou sinais de ser mais esperto do que seu mestre! Foi Talos que inventou o primeiro serrote, a roda do oleiro e imaginou o primeiro par de compassos. A reputação de Talos se espalhou e as pessoas começaram a trazer seus problemas mais complicados para o garoto, e não para o mestre.
Consumido de ciúmes, Dédalo atraiu o garoto até o topo do templo de Atena e o empurrou para a morte. A mãe de Talos, Policasta, suicidou-se de tristeza, e Dédalo, juntamente com seu filho, Ícaro – um garoto vaidoso sem nada da esperteza de Talos – foram banidos da cidade de Atenas.
Dédalo e Ícaro se refugiaram na ilha de Creta, onde Dédalo colocou sua habilidade e esperteza a serviço do rei Minos. Mas ele perdeu o favor do rei, quando Teseu matou o minotauro e conseguiu escapar do Labirinto, que supostamente era à prova de fuga, e que Dédalo havia construído para abrigar o monstro. Furioso, o rei Minos jogou Dédalo e seu filho na prisão.
Enquanto Ícaro passava os dias se cuidando, vaidoso, Dédalo estudava profundamente, planejando como escapar de Creta. Era longe demais para nadar até a próxima ilha, e impossível conseguir um bote devido à vigilância da armada do rei Minos.
Finalmente, Dédalo concebeu um plano audacioso. Ele construiu dois pares de asas, tecendo as penas e juntando-as com cera. Quando as asas estavam prontas, levou Ícaro para um canto. 
  -Coloque isso e me siga 
  -Mas cuidado para não voar perto demais do sol, ou perto demais do mar. Mantenha um curso médio. Com essas asas escaparemos daqui.
Os dois levantaram vôo a partir de um rochedo alto e seguiram para o horizonte. Por muitos quilômetros o jovem Ícaro seguiu seu pai mas, sentindo-se jovem, ele desobedeceu seu pai.
Quando Dédalo olhou ao redor procurando-o, ele não podia ser visto.
  -Ícaro! Ícaro!
Mas não veio resposta. No mar, lá embaixo, um punhado de penas flutuava nas ondas, e algumas pequenas ondulações marcavam o ponto onde Ícaro caíra, pois o rapaz tinha voado perto demais do sol, e a cera que unia as asas se derreteu.

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